terça-feira, 14 de agosto de 2007

Crônica: Corre Dores do Saber


Mestre, o que seriam os obrigados à grandeza impar de tua locução?
Pelas informações, pela presteza das letras verbalizadas que vieram ao encontro do eterno aprendiz. O que indagar?

Sorrateiramente, as vicissitudes do tempo e das alegorias forjaram das inquisições o pleonasmo nacionalista íngreme e politicamente iconoclastas à história.

Mas tu és imortal, não?

E eu? Reles mortal, que angario na sede e na fome do saber um espaço entre os cátedras sociais, com todas as suas pompas e granjeios de intocáveis, na expectativa de pertencer ao quadro honorífico dos veneráveis mestres, fico à margem da sapiência...

Sentes dor?

Eu sei o que é a dor. Me coloquei ante as noites de insônia, no referendum de citar as fontes, e modelos, e estereótipos do magister dixet, e agora?

Sinto-me enlutecido, na sala dos passos perdidos, caminhante abrupto de um não categoricamente frígido e sem concepções do que se está fazendo: podando a oportunidade de ascenção na docência do saber.

Fui tolhido pelos meus mestres? Onde ficaram as noites preso em corredores de bibliotecas, pesquisando, reconhecendo nas letras amareladas as respostas supostamente respondidas àquilo que supostamente os mestres quereriam ouvir ou ler?
E minhas ausências no leito familiar, como resgatar o verbo de confiabilidade e de estrutura de líder, se meus mestres, encapuzados pelos atores próprios ficam à mercê do queremismo?

Sinto dor, sim... sou mortal.

Esgotei as virtudes que se compuseram no arcabouço acadêmico, e percebi que o demagogo supera os atores que pertencem à elite iluminista. Tem-se que urgente acabar com o continuismo da era das trevas, pois algum pseudo-mestres estão ainda à sombra das batinas políticas das masmorras, presos na vaidade jurídica de um poder fétido, detentores dos saberes promíscuos que o religare coercetivamente impôs...

Onde estão os exemplos, os passos seguidos as palavras sábias contidas nos livros amarelados pelo tempo e preservados pelos gentios?

Clama minha alma por justiça... retumba o coração para ser o ator entre os gládios da prepotência.

Oh Mestre, o que fazer com a frieza de não ter meu nome elencado nos corredores do saber? Lutei tanto por isso, e me amputaram a chance de proferir sobre os atores políticos, sobre os cenários políticos, sobre os organismos e suas estratégias de mudarem os rumos econômicos e sociais em que a coletividade entremeados no pão e circo, vomitam na miséria e do próprio vômito banqueteiam-se na cultura pasteurizada, nos valores regrados, prostrando-se ante aos mandos e desmandos de uma sociedade entorpecida pelo poder?

E o que dizer dos fidalgos?

Quantos, quantitativamente falando, tem o perfil de mestre que travando espaço nos lotações segue viagem à periferia para levar o saber aos desgraçados, aos miseráveis, aos inconformados, aos retrógrados, aos sem terra, sem pai, sem mãe, que se prostituem por um punhado de balas, que vêem o saber como pertencente somente à elite?

Quem são os atores neste palco virtual?

Sobreviver, este é o tema que os editais nos forjam a cumprir, se verdadeiramente cumpríssemos...
As geenas univesalistas retratam as penas que as criaturas tentam advogar no weberianismo legalista ou então, inovar o tradicionalismo com teses e falcatruas de que quem pode deter o segredo dos cofres públicos são os imortais... E quem na concepção de Tocqueville refaz o cenário estatal em que burlar os segredos traz como identificador uma anomalia social? Tem-se que repensar nestas propostas, nos critérios nos estado subterrâneo que se está trabalhando paralelamente como inversão do iceberg político.

Sentir dor é para os mortais...

Te ouvi mestre, e me reservei no silêncio de seguir teus passos, na ânsia de seguramente obter a vitória, não ouvi aos profanos que me disseram: Cuidado! E mesmo assim continuei seguindo.
E o mundo populista, que hasteia sua bandeira filantrópica do desdém, estão lá dando seus golpes no estado de coma social, preocupados que os famigerados rompam os portões, ateando fogo, e bravejando na ira do infortúnio: Mestre, mestre, porque te corrompestes com a vã filosofia, e nos eternizou à ignorância?

Tenho família, mestre. E meu nome não apareceu nos corredores... Como ficam os vernáculos com a sociedade de papel, com a sociedade de concreto, com a sociedade subterrânea? Tenho necessidades, tenho objetivos, e me arrancam o que considerava tanto, que era o de tê-lo, muito mais que mestre, um verdadeiro amigo que nas palavras sábias esculpiu meus ideais políticos e fez-me respeitar a ética e vivê-la, a granjear o cidadão e orientá-lo, a criticar as leituras e pô-las em prática, a colecionar os conceitos dos pensadores e empunhá-los nas dissertações.

Tenho família, mestre.

Como me sinto, tu não sabes... Ausentei-me muitas noites e dias dos meus, no amadurecimento dos teus conselhos que acompanharam meu trabalho nas ciências políticas, no processo político mercosulista em que me tenho dedicado, e daí? Tudo em vão?

Onde está o orgulho de se ter um grupo de aprendizes, e deles poder repassar seus saberes infindáveis, colocando sua ciência como revolução de idéias, de apresentar seus valores como alternativas numa sociedade lúgubre de interesses...

E Marx, Weber, Toqueville, Montesquieu, Rousseau, Maquiavel, Pareto, Salomão, Moisés, Ricardo, Maria do Carmo, Costa, Sigfried, Walras, Poulantzas, Bega, Weffort, Dahl, FHC, e tantos outros em suas matérias, seus ideais? Estão lá nos corredores mal - iluminados das bibliotecas do esquecimento... Então tu mestre, os indicastes à reflexão e não fui reconhecido.

Tens sede? Tens fome? Do quê?

Tenho uma geração que necessita de mim, mestre?

Tu é meu confessor? Que imagem tenho de ti agora? Recorri ao subterrâneo, e palestrei sobre quem são os mestres... e eles simplesmente me disseram com toda a naturalidade de meros mortais, que não existem são apenas figuras acadêmicas que se deterioram com o tempo, e são reprovados no exame de próstata.

Fiquei pasmo, e continuei a partir de então a refletir sobre meus planos e idéias, e senti que sou mais importante que simplesmente as páginas mofas de um livro qualquer, de uma biblioteca qualquer, de uma cidade qualquer.

Éh mestre, acredito que onde estou posso ver o mundo melhor e mais nítido.

Não sei se foi para mim um prazer em tê-lo conhecido.

Continue assim, foi o caminho que escolhestes, se precisares de uma palavra não temas, me procure.




EDILBERTO A GASPARETTO 02.DEZ.1999

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A gestão macroeconômica: os fins e os meios

A gestão macroeconômica: os fins e os meios

Quatro indicadores de desempenho dizem respeito aos principais objetivos da política macroeconômica, como mostrado a seguir: produto agregado, emprego, preços e transações externas.

1 - Produto agregado. O objetivo principal da atividade econômica é proporcionar um volume de bens e serviços finais capaz de atender à necessidades e à aspirações da população. Define-se, então, como primeiro objetivo da gestão macroeconômica a geração de um produto agregado tão próximo quanto possível da plena capacidade da economia. Busca-se também que as taxas de crescimento do produto ao longo do tempo sejam as mais altas possível, a fim de que sejam atendidas as aspirações crescentes da população e estendidos os benefícios da prosperidade econômica a todas as camadas sociais.

O objetivo, desde que outros aspectos macroeconômicos não sejam prioritários, é promover o crescimento do produto a taxas superiores às do crescimento demográfico, expandindo-se desta forma a produção per capita de bens e serviços finais.

2 - Emprego. Outro objetivo macroeconômico relevante é reduzir para os mais baixos níveis possíveis as taxas de desemprego do fator trabalho. Conceitualmente, a taxa de desemprego é determinada pela distância relativa entre a força de trabalho empregada e os contingentes demográficos das faixas etárias aptas para o exercício das atividades produtivas.

Há vários tipos de desemprego. A primeira distinção é entre desemprego voluntário e involuntário. São desempregados voluntários os indivíduos que vivem de rendimentos decorrentes de fatores de produção de sua propriedade, estudantes que acumulam capital humano para posterior ingresso no mercado de trabalho ou os membros de unidades familiares dedicados aos afazeres do lar. Do ponto de vista do desempenho global da economia, este tipo de desemprego não é preocupante, nem objeto de políticas macroeconômicas, posto que na maioria dos casos resulta de preferências individuais. O problema é a redução do desemprego involuntário, isto é do contingente que procura oportunidades ocupacionais, aceita os padrões vigentes de remuneração, mas permanece desempregado. Ainda pior é a perda do emprego por contingentes que se encontravam empregados, aumentado as taxas de desemprego involuntário.

A existência ou o aumento do desemprego involuntário é geralmente atribuível a razões cíclicas ou estruturais. O desemprego cíclico decorre de flutuações da procura agregada ou de movimentos sazonais de produção. Já o desemprego estrutural relaciona-se com a estagnação da economia, com o insucesso de políticas macroeconômicas ou com o desajuste crônico entre a oferta e a procura pelo fator trabalho. Pode resultar também de novos processos de produção, mais fortemente fundamentados em uso intensivo de capital e em tecnologias avançadas, substitutas de mão-de-obra.

A redução do desemprego involuntário dos tipos cíclico e estrutural é um dos mais importantes objetivos da política macroeconômica, haja vista o desconforto social e as suas conseqüências perversas. Ocorre que os desempregados nem sempre conseguem reempregar-se percebendo as mesmas remunerações que tinham antes, com a retomada do crescimento econômico. Novos contingentes que passam a integrar as faixas etárias produtivas podem estar dispostos a trabalhar por menores remunerações. Desta forma, os objetivos macroeconômicos relacionados ao emprego não se limitam a manter ou a reduzir as taxas do desemprego corrente, mas também à expansão das oportunidades ocupacionais, a fim de que os novos contingentes sejam absorvidos sem provocar movimentos estruturais de baixa na remuneração do fator trabalho.

Teoricamente, não há incompatibilidade entre a expansão do produto agregado e os objetivos ligados à sustentação e à expansão do emprego. São dois objetivos interconsistentes. Todavia, podem ocorrer movimentos estruturais nos processos de produção, geralmente resultantes de pressões para redução de custos, com vistas à maior competitividade das empresas, que comprometem as relações funcionais teóricas entre produto agregado e emprego. Estabelecem-se, assim, dificuldades efetivas para conciliação desses dois objetivos macroeconômicos: sem competitividade as empresas não conseguem manter os empregos que criaram; mas para ser competitivas são compelidas a aprimorar seus processos operacionais e a substituir a força de trabalho por novos recursos tecnológicos de produção e de gestão.

3 - Preços. A estabilidade geral dos preços e o equilíbrio estrutural entre os preços relativos dos diferentes bens e serviços constitui o terceiro objetivo macroeconômico. A estabilidade se verifica quando, em mercados livres, os índices de variação de preços ficam próximos de zero; o equilíbrio estrutural entre preços ocorre quando permanecem razoavelmente simétricos ao longo do tempo os índices de preços pagos e recebidos. Mudanças em estruturas relativas de preços ou variações agudas e persistentes nos índices sinalizam desequilíbrios macroeconômicos indesejáveis. Inflações ou deflações altas indicam que alguma coisa não vai bem com o desempenho global da economia. Tanto uma situação quanto outra demandam medidas corretivas.

Tanto a inflação crônica quanto o desemprego involuntário alto e em expansão são perversos do ponto de vista econômico e social. Quando uma dessas categorias de desequilíbrio ocorre, a pobreza se agrava, instalando-se situações críticas de desconforto que tendem a generalizar-se. Ainda assim, quase sempre se impõem escolhas: os meios que se empregam para estabilizar os preços podem conflitar com os que se empregam para promover a expansão do produto e do emprego.

4 - Transações externas. O quarto objetivo macroeconômico relevante é o equilíbrio das transações externas. A diferença entre exportações e importações de mercadorias e serviços é um dos fluxos da procura agregada. Logo, tem tudo a ver com os níveis de emprego e com os índices de preços, bem como com a sustentação ou com o crescimento do produto agregado.

Apenas em casos deliberados, os gestores da política macroeconômica podem induzir a situações de desequilíbrio em transações externas, sustentando déficits ou superávits nos saldos correntes comerciais e de serviços. Desequilíbrios nesses fluxos exigem compensações nas demais variáveis que compõem a procura agregada - ou o sistema todo se desequilibrará.

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Enviado gentilmente por Ricardo M.R.S - MG


sábado, 4 de agosto de 2007

Os seis testes da economia em 2001

Wolf, Martin. “Os seis testes da economia em 2001” São Paulo: Folha de São Paulo 04 de janeiro de 2001.





Os seis testes da economia em 2001
MARTIN WOLF
DO FINANCIAL TIMES

Para os puristas, este é o primeiro ano do terceiro milênio. Como seria de esperar em um ano assim, teremos um tempo de desafios para a economia mundial.
O primeiro teste é para Alan Greenspan. As opiniões sobre o chairman do Federal Reserve Board (Fed, o banco central dos EUA) recaem em dois campos. A opinião majoritária é que a instituição que ele comanda domina a arte da sintonia fina macroeconômica. A minoritária é que ele ajudou a criar uma bolha econômica. Se o crescimento na demanda dos EUA cair suavemente para em torno de 3%, sem grandes declínios nas Bolsas e com depreciação modesta do dólar, o primeiro grupo terá razão. Se não, o segundo grupo estará certo.
O segundo teste é o da "nova economia". Não muito tempo atrás, as pessoas acreditavam que o ciclo de negócios estava morto, que lucros eram irrelevantes para empresas de tecnologia e que os EUA estavam em meio a uma revolução tecnológica sem paralelos. O ano 2000 desmentiu as duas primeiras proposições. Mas até que ponto a terceira é plausível? Até mesmo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) aceita que o ritmo potencial de crescimento estável da economia norte-americana seja de 4%. Se a teoria for verdadeira, o crescimento da produtividade deve se manter até mesmo na desaceleração sentida durante este ano.
O terceiro teste envolve o mercado de ações dos Estados Unidos. Aqueles que acreditam que o milagre norte-americano é apenas mais uma bolha econômica apontam para as avaliações extraordinárias das ações nas Bolsas. Eles insistem em que elas geraram níveis insustentavelmente altos de investimento por parte do setor privado e taxas insustentavelmente baixas de poupança para esse mesmo setor.
Cotados em menos 11,6%, os retornos totais sobre as ações norte-americanas no ano passado (considerando reinvestimento de dividendos) foram os mais baixos desde 1974. No entanto, isso não passou de modesta compensação negativa pelos 270% de retorno cumulativo ao longo dos cinco anos anteriores. Se a bolha econômica for real, o retorno negativo do ano passado será seguido por mais alguns anos miseráveis. Se não for, os retornos em breve sairão do vermelho, ainda que de volta a níveis mais modestos do que os da segunda metade dos anos 90. O que acontecer em 2001 indicará para onde vamos.
O quarto teste é para o euro. Lançado em meio a uma onda de otimismo, o euro passou a maior parte de seus dois primeiros anos afundando de maneira abjeta diante de uma moeda que seus fundadores pretendiam suplantar. Por fim, no final de 2000, o euro começou a mostrar algum vigor à medida que a economia norte-americana se debilitava. O ano de 2001 indicará se essa reviravolta será duradoura ou apenas uma pausa temporária. Se o primeiro caso se confirmar, os defensores do euro se sentirão muito aliviados. O Banco Central Europeu (BCE) desfrutaria também de maior liberdade de manobra em resposta a uma queda acentuada na cotação cambial, coisa que não aconteceria se o euro se mantivesse em baixa.
Um quinto teste envolve o desemprego na zona do euro. Depois de anos de desemprego alto e ascendente, a tendência começou a se inverter em 1997. De lá para cá, o nível de desemprego caiu de um pico de 11,7% em 1997 na zona do euro como um todo para 8,9% em outubro de 2000. O teste para a economia européia será determinar se ela pode seguir gerando empregos e um desemprego mais baixo. Isso depende em parte do sucesso do BCE na estabilização da economia, mas também da capacidade de sustentar o ritmo de crescimento no nível de emprego.
O sexto teste envolve o Japão. Aqui, de novo, há visões polarizadas: uma é que a economia está finalmente melhorando; a outra é que permanece em estado crítico, com aparência de vitalidade sustentada unicamente por transfusões fiscais que não poderão ser mantidas indefinidamente.
A visão otimista sobre o Japão depende de recuperação esperada no nível de consumo, além de investimento cada vez mais alto conduzido por adoção de tecnologia da informação e pela necessidade de substituir capital antiquado. Isso mais que compensará a debilitação das contas externas causadas pela queda da atividade econômica nos EUA. Enquanto isso, o déficit fiscal deve ficar inalterado: a OCDE prevê que o déficit financeiro geral do governo japonês fique em cerca de 6% do PIB nos próximos dois anos.
A alternativa oposta envolve, em parte, o fato de que o setor financeiro japonês continua muito fraco. Pior: da mesma forma que a inflação faz com que a lucratividade das empresas que são devedoras em termos líquidos pareça ainda pior, a deflação a tornará aparentemente melhor. A Smithers & Co, assessoria de investimentos sediada em Londres, estima que o retorno real sobre o capital não financeiro das corporações japonesas foi de 2,7% no ano fiscal de 2000, e não os 6,5% divulgados, o que dificilmente seria considerado a situação ideal para a alta de investimentos necessária.
O desafio implícito continua a ser o de equilibrar a procura e a oferta potencial. Uma volta da recessão este ano poderia forçar as autoridades a tentar alguma coisa radicalmente nova.
O sétimo teste é para as economias de mercado emergente. A Rússia é um caso particularmente curioso. A Goldman Sachs estima que o crescimento econômico do país no ano passado foi de 7%, depois de 3,2% em 1999. É verdade que se trata de uma recuperação modesta dado o enorme declínio de 44% no PIB entre 1989 e 1998. No entanto, é pelo menos um sinal de que o país chegou ao fundo do poço e começou a subir.
Também importante este ano será determinar se a Turquia mantém sua âncora cambial, como a América Latina, especialmente o México, enfrenta a queda na economia dos EUA, e se as economias do Leste Asiático que dependem do mercado norte-americano serão capazes de manter sua recuperação da crise de 1997/ 1998. A capacidade das economias emergentes de sobreviver a desaceleração econômica nos EUA será o mais claro teste quanto à força que elas ganharam após as crises financeiras dos anos 90.
Meu teste final é para o Reino Unido. Aqui, tudo parece saudável, com forte posição fiscal, moeda robusta, baixa inflação, desemprego modesto e déficit em conta corrente administrável. Um 2001 turbulento poderia demonstrar se a economia britânica realmente se transformou ou não.
No entanto, 2001 será acima e além de tudo o ano do teste para os Estados Unidos. Será que o mundo está prestes a testemunhar o estouro de uma bolha econômica ou um suave ajuste de superaquecimento temporário para crescimento rápido e sustentado? Se, depois de nove anos de expansão e de uma de modesta desaceleração, os EUA voltarem a decolar, poderemos concluir, de maneira bastante razoável, que a idéia de uma nova economia é mais do que ouro de tolo.
Tradução: Paulo Migliacci
Material gentilmente enviado por Rogério M. Cortêz - Porto Alegre/RS